quarta-feira, 9 de março de 2011

Minha grande pequena mulher chamada Gabrielle



Hoje fui ao banco com minhas filhas (onze e três anos) e nos deparamos com uma cena de banalização da vida e decadência dos valores morais e humanos. Na volta pra casa, viemos conversando e tão surpreendente foi ao escutar o pensamento da minha menina, e ao mesmo tempo o alívio por saber que estou num processo correto de educação delas.

Com tão pouca experiência de vida e um pensamento tão complexo e apropriado sobre o assunto, me orgulhei ao ouvir as suas palavras e quanto mais ouvia mais meu peito se enchia...

“_ Mamãe, não existe futuro sem presente, quem faz nosso futuro não somos nós e sim nossas escolhas, às vezes queremos ser ricos, ter carros de luxo, casa com piscina, queremos vestir as melhores roupas, estar no meio das pessoas mais importantes, mas esquecemos de sermos gentis, educados e compreensivos com quem amamos, as pessoas esquecem até de quem elas amam. Do que adianta os pais trabalharem muito pra garantir um ótimo futuro pros seus filhos se não estão com eles? se não podem sequer colocá-los para dormir a noite? Do que adianta o melhor colégio, se os filhos precisam acordar sozinhos, tomar sozinhos seu café pela manhã e terminar o dia esperando alguém que lhes dê atenção? De que adianta as melhores roupas, se é pra passear com pais muitas vezes separados, e que normalmente aparecem apenas aos fins de semana com presentes caros, fúteis, e que só aumentam o lixo na natureza, porque esse presente está substituindo algo que eles não podem dar aos seus filhos! Não consigo entender, como os pais conseguem amar seus filhos de longe, uma vez por semana, uma vez a cada quinze dias, outros ainda uma vez por ano. Lembro-me quando estudava no colégio Atuação e aprendíamos sobre os valores da família. Quando crescer, quero me formar, trabalhar, viajar, mas principalmente ter uma família, mas uma família mesmo de verdade, desse estilo comercial de margarina. Não consigo entender como os adultos conseguem ser tão complicados, e amar tantas vezes e deixar de amar tão rápido. O dinheiro pode comprar tudo, mas não pode comprar o que Deus nos deixou de graça, que é o amor, a família, a paz, a felicidade e se as pessoas acham que são felizes porque tem dinheiro, ou porque estão correndo atrás dele, estão é perdendo tempo e ficando cada dia mais pobres dentro do coração.”

Ainda estou muda, processando todas essas palavras, ainda estou tentando lhe dar respostas à altura que a faça me achar tão inteligente quanto ela!

Um comentário:

  1. É, e ela estácoberta de razão não?
    Ficamos mesmo sem palavras diante de tamanha sensibilidade dessas "crianças"

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